Você já se perguntou se a contabilidade da sua ONG está em ordem?

Com mais de 820 mil fundações e associações sem fins lucrativos operando no Brasil, esse é um questionamento recorrente entre gestores do terceiro setor.

Muito embora no imaginário popular prevaleça a ideia de que ONGs lidam apenas com causas sociais e atendem comunidades vulneráveis, a realidade é que elas também são organizações complexas, com estruturas e dinâmicas próprias.

E quando o assunto é gestão financeira e contábil, os desafios são ainda maiores.

Segundo dados do IPEA, cerca de 30% das organizações da sociedade civil fecham as portas antes de completarem cinco anos de atuação.

E uma das principais causas para isso é justamente a falta de controle das finanças. 

Então, como colocar a contabilidade da sua instituição nos trilhos?

Ao longo deste artigo, você vai entender por que organizar a parte contábil é essencial para a saúde e sustentabilidade da ONG.

Vamos abordar boas práticas desde a formalização de processos até a adoção de softwares especializados.

Ao final da leitura, você será capaz de estabelecer as bases para que a contabilidade deixe de ser um problema e passe a ser uma poderosa aliada estratégica da sua organização.

Combinado? Então, vamos começar!

Por que organizar a contabilidade da ONG é importante?

Uma gestão contábil sólida e transparente é crucial para o sucesso e longevidade de qualquer ONG, pois permite:

Cumprir exigências legais:

As organizações sem fins lucrativos precisam seguir rigorosas obrigações fiscais e prestações de contas regulares.

Ocorre que em caso de irregularidades ou inconsistências, as ONGs podem até perder o certificado de filantropia ou utilidade pública.

Portanto, manter a escrituração em dia é o único jeito de emitir balanços, demonstrativos de resultados e relatórios de execução de convênios que comprovem a correta aplicação dos recursos.

Obter financiamentos:

Os Institutos e agências de fomento exigem qualificação técnica na análise de projetos.

Assim, credores e doadores também buscam garantias de que o dinheiro será bem empregado.

É por isso que ter as contas organizadas aumenta a confiança de que a ONG conseguirá cumprir com os objetivos propostos nos instrumentos de parcerias e captação.

Tomar melhores decisões:

Os números contábeis fornecem insights preciosos para a administração.

Dessa forma, é possível enxergar a situação financeira em tempo real e com mais clareza.

Assim, a organização pode identificar oportunidades de novos projetos e programas ou até mesmo a necessidade de reduzir custos em iniciativas menos efetivas.

Como começar a organizar a contabilidade?

Organizar a contabilidade de uma ONG exige a combinação de pessoas, processos e tecnologia, e para isso é fundamental:

Contratar serviços especializados:

A complexidade das normas contábeis e fiscais exige apoio de especialistas.

É recomendável contratar um contador com experiência no terceiro setor.

Também vale investir em assessoria tributária, jurídica e de captação de recursos quando necessário.

Definir processos e política financeira:

Mapear processos para gestão de caixa, emissão e aprovação de pagamentos, compras, despesas de viagem e reembolso.

De igual forma, criar manuais internos contemplando procedimentos, prazos, responsáveis e outros controles essenciais.

Utilizar softwares adequados:

Sistemas específicos para ONGs ajudam no controle de projetos, convênios e centros de custos, e ainda permitem a emissão de relatórios customizados.

Outra grande funcionalidade são as soluções integradas de emissão de notas fiscais eletrônicas, escrituração digital e declarações obrigatórias.

Práticas para manter a contabilidade em dia 

Uma vez organizada, a contabilidade precisa ser mantida com registros, conferências e escrituração em dia.

Documentar todas as movimentações:

Todas as entradas e saídas devem estar respaldadas por notas ou recibos.

Não se esqueça de classificar corretamente receitas e despesas desde o início.

Conferir extratos bancários:

Conferir lançamentos, procurar erros ou fraudes.

Identificar e justificar qualquer inconsistência entre os registros contábeis e os valores efetivamente depositados/sacados.

Realizar a escrituração contábil:

Classificar receitas e despesas corretamente, registrar depreciação de ativos e realizar os lançamentos de encerramento do exercício.

Auditar demonstrativos financeiros:

Recomenda-se auditar as demonstrações contábeis e financeiras anualmente.

Isso aumenta credibilidade para prestação de contas, relatórios de execução e processos de captação.

Conclusão

Organizar a contabilidade desde o início das atividades da ONG é fundamental para assegurar conformidade legal, captar recursos e tomar boas decisões de gestão.

É preciso combinar apoio de especialistas, processos bem definidos e sistemas adequados.

Assim, a organização consegue manter os registros em dia, realizar conciliações bancárias e escrituração periódicas.

Auditar também as demonstrações financeiras anualmente traz mais transparência e fortalece a credibilidade dos projetos perante parceiros e financiadores.

Portanto, encare a contabilidade como uma poderosa aliada estratégica, não como um problema.

Profissionalize essa área para garantir maior sustentabilidade dos propósitos sociais da sua ONG.

Assim, com processos sólidos e tecnologia a favor da causa, o céu será o limite para transformar a vida de mais pessoas!

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Um abraço e até a próxima!